segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Brincando com a Estatística 2 - E quando o Cpk é menor do que 1,0???

Olá pessoal! Estamos começando uma semana de muito trabalho e o primeiro dia já voou!!!
Estou aqui novamente para continuar o post sobre as dúvidas recebidas, mas antes quero agradecer pelos recadinhos recebidos sobre o blog nesses últimos dias!

 Isso me deixa muito animada!!!  Obrigada Eduardo, Tatiana, Michel, Débora e outros que eu já recebi e não postei.

Clique em cima da figura para ler!!!!!!





Bom, vamos para o assunto de hoje...... como prometi, vou continuar a dúvida que me enviaram semana passada (aliás, fico feliz que tenha gostado do post sobre Gráficos de Dispersão).

A segunda dúvida foi:


Eu ainda não fiz um post específico sobre capacidade ou capabilidade do processo, mas vou tentar esclarecer algumas coisas sobre isso....
Também é sua dúvida? Vamos entender juntos então!

A primeira coisa que precisamos ter em mente é que avaliar a capacidade de um processo é verificar o quanto aquele processo atende às suas especificações, ou seja, avaliar a variabilidade inerente ao processo em relação às suas especificações.... até aqui tudo certo?

Bom, dessa forma, temos 2 índices para avaliar: (Cp e Cpk e/ou Pp e Ppk)

Cp: Índice de capacidade potencial - leva em consideração a Dispersão do processo
Cpk: Índice de capacidade nominal - leva em consideração a Dispersão e a Centralização do processo.

Pp: Índice de desempenho potencial - leva em consideração a Dispersão do processo
Ppk: Índice de desempenho nominal - leva em consideração a Dispersão e a Centralização do processo.

Mas quando usar o Cp e Cpk e quando usar o Pp e o Ppk?? Temos que lembrar que o índice de capacidade (Cp) informa "o que o meu processo quer ser" ou seja, como ele poderá agir no futuro e o índice de desempenho ou performance (Pp) informa o que ele é, ou seja, como o processo agiu no passado ou está agindo no momento.

Confuso? Calma.... veja abaixo quando usar um e quando usar o outro:


 Bacana, então ainda temos duas coisas que preciso avaliar antes de testar a capacidade do meu processo.... a normalidade e a estabilidade, correto???


Exatamente!!!!

A normalidade você vai avaliar pelo teste de normalidade (tem vários, o mais usual é o Anderson Darling) 

A estabilidade você vai avaliar através da carta de controle.

E quando o Cpk ou o Ppk dá menor que 1,0?
Conceitualmente, de acordo com Montgomery, quando os índices de capacidade ou performance são menores do que 1,00, o processo é considerado não capaz para aquele parâmetro, ou seja..... esse processo não está conseguindo se manter conforme os limites de especificação desenhados para aquele teste... O risco de ocorrer resultados fora das especificações torna-se mais alto!

O que fazer então?
A primeira coisa que podemos observar é se existe a ação de algum outlier no seu processo, ou seja, se existe a alguma causa especial agindo sobre o processo... alguma variação incomum.

Achou um ponto incomum nos seus dados?
Em um controle estatístico de processo, onde você está acompanhando seu processo "on-line" o ideal é investigar esse outlier, encontrar a causa, corrigir e continuar seu estudo sem ele.

Em um estudo de RPP, o ideal é não desconsiderar esse ponto, mesmo que ele tenha sido investigado, pois esse resultado faz parte de um lote liberado e precisa fazer parte do seu estudo de Revisão Periódica. (Lembrando que estamos falando sobre pontos fora de controle estatístico e não de especificação, ok?). Então você pode fazer o estudo desconsiderando esse ponto, apenas para ver se o perfil dos dados se alteram e justificar essa não capabilidade por esse estudo adicional.

E se não tenho outlier?
Nesse caso, seu processo provavelmente está variando mais do que o esperado. Pode ter alguma tendência indicada na carta de controle, por exemplo. Se a variação dos seus dados é grande, mesmo que todos os pontos estejam dentro dos limites de controle, essa variação vai influenciar diretamente na análise de capacidade, pois provavelmente sua curva de distribuição não estará centralizada ou não estará tão estreita como seria o ideal.

Qual ação devo tomar?
Como já conversamos algumas vezes, a atividade de Revisão Periódica é multidisciplinar. A ação da GQ é levantar essas informações e apresentar os resultados encontrados, fazendo um link com outras informações que podem influenciar nesse parâmetro.
É importante perder o medo de relacionar testes, de verificar correlações entre parâmetros, fazer outras análises estatísticas, verificar a validação daquele produto, os desvios, as reclamações, os controles de mudanças...... a RPP precisa e deve ser dinâmica para que seu estudo faça sentido. 
Essa é a grande diferença de quem faz relatório e quem estuda o processo.

Eu aconselho ter um "comitê", uma reunião envolvendo pessoas de todas as áreas que tenham poder de tomada de decisão para que esses resultados sejam apresentados e que, mediante o estudo, possam ser tomadas ações de melhorias para minimizar a variação dentro do processo, consequentemente melhorando o índice de capacidade e performance.
A partir disso, aconselho gerenciar essas ações através de um formulário de investigação de desvio, pois dessa forma será uma investigação oficial, com uma numeração para constar no relatório, indicando formalmente que a empresa está acompanhando esse estudo.

Como verificar se o Cpk vai ser alterado? 
Se você trabalha com dados de 1 ano de produção, provavelmente vai enxergar o reflexo dessas ações no relatório do ano seguinte, se as ações de melhorias forem implementadas assim que identificadas e se as ações forem efetivas..... caso contrário, novas reuniões e discussões deverão surgir nos próximos estudos.

O "sonho de consumo" de qualquer pessoa que trabalha nessa atividade é conseguir conduzir o controle estatístico de processo e conseguir minimizar a variação de processo no momento em que ela ocorre....poucas empresas hoje trabalham dessa forma!

Mas a gente chega lá!!!!!! 

Espero ter ajudado a autora do e-mail e também aos amigos do blog! 

Aguardo novos e-mails para que possamos aprender juntos!!!

Dúvidas, Sugestões, Críticas... clica no e-mail abaixo e envie para mim!!!!














quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Descomplicando o Minitab - RPP PRA Q - RESPONDE

Olá galera, tudo bem? Hoje decidi fazer mais um post sobre as perguntas que eu recebo e essa veio pelo e-mail do blog.... normalmente faço um post com várias dúvidas, mas esse também vou fazer apenas respondendo uma pergunta, pois creio que pode ser dúvida de várias outras pessoas.

O e-mail que eu recebi tinha mais uma pergunta, mas vou dividir as explicações, pois são assuntos diferentes.... (para a autora do e-mail, segura a ansiedade que eu vou te ajudar no outro também rs)

Bom, a primeira dúvida foi:

Como ela me disse anteriormente que utiliza o software Minitab, ficou fácil pra mim, pois é também o software que eu trabalho.



Mas antes de responder sua dúvida, vou seguir um conselho que aprendi entre ontem e hoje, nos dois dias de um curso em que eu participei:
"É necessário aprender conceitos. Sabendo conceitos, não importa em qual empresa você trabalha, você vai conseguir aplicar seus conhecimentos" (Juliana Dalla Pria....bons conselhos precisam ser compartilhados ;-) )

Então, o que é um gráfico de dispersão? 

São gráficos usados para comprovar relações entre uma variável e outra. Qual o efeito de uma quando a outra se altera? Qual a relação de causa e efeito entre as variáveis do meu estudo?

Por exemplo: Qual a relação entre o peso, a altura e a idade em uma população? Notou que tenho 3 variáveis? Se eu aumentar a idade, vai ocorrer uma influência na altura e no peso? 
Se a altura aumentar, o peso vai diminuir, independentemente da idade? 
Com um levantamento de dados sobre essa população, um dos estudos possíveis para entender a relação entre essas 3 variáveis seria o gráfico de dispersão.

Da mesma forma um processo produtivo..... qual relação existe entre a umidade, dureza e desintegração do produto? Será que teria uma relação? O gráfico de dispersão conseguiria demonstrar se uma variável interfere em outra. O grande X da questão é saber interpretar esses dados.

Vou deixar um exemplo bem citado em cursos de estatística, mas de fácil entendimento:

Em uma cidade do litoral, estava ocorrendo mortes por afogamento. Várias variáveis foram estudadas tentando encontrar uma relação que pudesse entender a causa e o efeito.
O estudo trouxe então uma relação entre sorvetes e mortes por afogamento...
Uow.... a variável é absurda não? Não invente de tomar picolé enquanto nada (risos)....
Mas fato é que a relação foi linear e positiva....

Porém, vamos pensar fora da caixinha..... o que aumenta o consumo de sorvetes? Vamos lá....

Calor!

Em uma praia, o que as pessoas fazem quando está muito calor? (exceto as que adoram torrar na areia....)

Normalmente as pessoas entram no mar.

Logo, se está mais calor, as pessoas entram mais no mar, vão mais para o fundo do mar e logo, aumentam os números de afogamentos. A relação entre as variáveis foi positiva, porém, chegar na causa raíz exigiu um maior tempo de estudo, pois o sorvete nada tinha diretamente com os afogamentos.
Poderíamos ter escolhido as variáveis número de afogamentos e temperatura, por exemplo.... chegaríamos na mesma conclusão de uma forma mais direta.

Por conceito, alguns exemplos de correlações mais comuns:


Beleza, mas como é que eu faço isso no Minitab?

Galera, usar o Minitab é simples.... o importante é entender por que você quer fazer isso na RPP.... O que você espera avaliar com o gráfico de dispersão? Em que parte do seu estudo você vai de fato aplicar esse gráfico?
Se você entendeu a teoria e no seu estudo isso fez total sentido..... para o Minitab, você pode fazer o seguinte:

Preencha suas variáveis na sua planilha (ou worksheet):

Em seguida, vá em Gráficos - Gráficos de Dispersão (ou Graph - Scatterplot):

Escolha o tipo de gráfico, no caso do exemplo, foi o "com regressão" (With Regression):
Escolha as variáveis, lembrando que o X é a variável dependente.... ou seja.... é a variável que depende de outra pra ocorrer.... no nosso caso... "mortes".... se está morrendo gente, é porque alguma coisa está levando a isso, logo, essa é a variável dependente.

Logo em seguida, clique em OK:

Pronto! Seu gráfico de dispersão está pronto. Existem outros modelos, por exemplo, para grupos de variáveis.... mas a ideia é a mesma.

Espero ter respondido sua dúvida! Do contrário, me escreva novamente.
Suas dúvidas e sugestões são essenciais para que esse blog continue trazendo um conteúdo diferenciado.

Grande abraço e não deixe de ler os posts anteriores!














   

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Estar na média é bom?

Para quem está acostumado com a estatística, sabe que a média é a estatística de maior utilização prática. Ela resume a informação de um conjunto de dados representando o “valor provável” de uma variável.
Uau! Digamos que, estatísticamente falando, a média é importantíssima. Mas quero te levar a uma outra reflexão......

Estar na média é bom?

Quando eu estava na faculdade, a “média” para um aluno passar na disciplina, na época, era 6.0.... Nesse caso, a aplicação era: somando todas as  notas em uma disciplina, dividindo pela quantidade de provas, a nota deveria ser igual ou maior que 6.0 para que fossemos aprovados...... Ahhhh 6.0! Quem não gostava de ver o seu 6.0 na nota final de Química Orgânica II, sabendo que o "gosto dessa média” era o mesmo, exatamente igual, ao de tirar um 10???? Estar em 5,7 (que era quase 6.0 rs) era um desespero.... a distância entre receber sua nota por e-mail e ir até a sala do professor para dar aquela “choradinha” na revisão de prova era praticamente eterna.... “poxa professor..... 5.7 é quase 6.0...”


E no mundo profissional? Estar na média ou ser medíocre? Ser quase um profissional de sucesso ou ser um profissional de sucesso?
Medíocre tem o significado de "estar na média", porém, normalmente é utilizado como adjetivo pejorativo, abaixo da média ou ruim.

Somos acostumados a ouvir que é bom estar na média. Sinceramente, acho essa ideia um grande passo para o fracasso.
Aos que discordam, minhas sinceras desculpas, mas vou continuar esse pensamento.... aceitar a média é participar de uma grande estagnação profissional e pessoal.
Aceitar que você faz parte da média e que é ali que você precisa permanecer é um grande passo para congelar as possibilidades dos seus sonhos se tornarem realidade. É colocar os grandes sonhos, as grandes metas e as grandes vontades dentro de um potinho e deixar na prateleira até se esgotar o prazo de validade.

O mediano assume que tudo funciona de forma estável... pensamentos medianos trazem ideias medianas e soluções medianas.
Não espere inovação, não espere mudanças, não espere se destacar com um pensamento mediano.

Deixar a vida na média, ser um funcionário na média, ter pensamentos medianos proporcionam uma grande perda no foco. Este último é algo importantíssimo para alcançar rendimento máximo.
Traçar metas para otimizar o seu desempenho, se qualificar para sua função, pensar além do óbvio e enxergar fora da caixa é o que diferencia um especialista de um amador ou um profissional de sucesso de um funcionário mediano.
Sem uma mentalidade vitoriosa, sem foco, sem objetivos a tendência é que apareçam os "coitadismos", vítimas do sistema, que declaram sua estagnação à falta de oportunidade na vida.

De acordo com Max Gehringer, ser classificado como mediano é normal. Existem 2 tipos de profissionais: os que tendem a minimizar os seus defeitos e os que tendem a maximizá-los.
De fato, em uma população, como por exemplo, em uma empresa ou em uma sala de aula, 70 a 80% são de fato, medianos. Mesmo em um clube só de gênios, continua ele, a maioria estará na média da genialidade. Cerca de 2 ou 3 se sobressairão. 

A pergunta que não cala em mim é: Quem você espera ser..... a média ou os que se destacam? Continuo batendo na mesma tecla..... não existe "ex-man" fora da tela do cinema. Um perfil bem moldado é capaz de sair da inércia da mentalidade mediana.
Temos perfis diferentes mas potenciais semelhantes quando bem trabalhados. Conhecer suas qualidades e seus defeitos e suas facilidades e limitações já é um grande passo para sair da média.

Explorar as qualidades e trabalhar as limitações; buscar entender o que qualifica quem fez mais do que deveria ser feito já traz uma reflexão sobre o passado recente e o futuro. Desperta o incentivo de que você tem muito tempo pela frente para demonstrar  que pode ser o que acredita que é.

"O sucesso é uma ciência exata que todos podem aprender" - Flávio Augusto da Silva.

Espero que você possa pensar diferente depois desse post. Espero que você mantenha seu foco e trace seus objetivos e espero que você nunca deixe de acreditar que você pode ser mais do que a média, se você quiser!

Fonte de inspiração:
- Livro "Geração de Valor" - Flávio Augusto da Silva
- Livro "Foco" - Daniel Goleman
- Livro "O líder integral" - Waleska Farias







segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Carta de Controle ideal....existe?

Olá pessoal, tudo bem?
Hoje preparei um post rápido sobre como optar por um gráfico de controle no seu estudo de Revisão Periódica de Produtos.

Algumas pessoas me perguntam qual carta de controle é melhor para usar, visto que softwares estatísticos oferecem várias opções.
A resposta é "depende"..... tudo depende do conjunto de dados que você está estudando....

Existem 3 gráficos de controle por variáveis que são bem usados...

I-MR : usada para dados Individuais (valores individuais e amplitude móvel)

X barra R: usada para subgrupos - trabalha com valores médios; subgrupos menor que 10 (média e amplitude)


X barra S: usada para subgrupos - trabalha com valores médios; subgrupos maiores que 10 (média e desvio padrão)

Escolher o tipo da carta de controle a ser usada em sua análise está diretamente ligado ao conjunto de dados que você tem!

Por exemplo: 

Imaginemos que você está realizando um estudo sobre o teor do seu produto. Para cada lote produzido você tem 1 único resultado de teor. Então você tem 50 lotes e 50 resultados, ok?

Logo, você está trabalhando com dados individuais, pois tem um resultado para cada lote.
Então o gráfico ideal para trabalhar nesse caso é a carta de controle I-MR. Esse gráfico vai mostrar a localização dos seus resultados em relação à média e também a variação entre os resultados.

Lembrando que para utilizar esse tipo de gráfico, o ideal é que seus dados sejam normais.....por isso é importante realizar um teste de normalidade antes para conhecer um pouco melhor o seu conjunto de dados.

E os outros dois gráficos??

Imaginemos que você precisa avaliar a conformidade do peso médio de um comprimido em relação à sua especificação. Dessa forma, realizou-se 10 pesagens em um total de 20 subgrupos. Em outras palavras, você para cada subgrupo você tem 10 resultados.

Para esse tipo de conjunto de dados, o ideal é usar uma carta de controle X barra S, pois você vai trabalhar com a média dos resultados e o desvio padrão, pois temos subgrupo maior que 10.
Obs: Para esse caso, não existe a necessidade de testar a normalidade. Pelo teorema do limite central, a distribuição das médias amostrais é aproximadamente normal.

Complexo? Talvez por falta de prática pareça ser um pouco complicado inicialmente, mas vou deixar abaixo um fluxograma que tive em um treinamento e pode te ajudar na escolha dos seus gráficos:


Espero que possa ter ajudado um pouco sobre essa dúvida e aguardo os e-mails com sugestões de posts para que o blog possa ficar cada vez mais rico em informações.

Até a próxima











quinta-feira, 10 de setembro de 2015

E você, está deixando a vida te levar?

Por mais diferenças que tenham as gerações, não importa se é geração X, Y ou Z, fato é que a música "deixa a vida me levar, vida leva eu" marcou gerações.
Quase impossível você não ter ouvido pelo menos esse trecho da música. Mesmo que você não tenha um gosto musical que te leve ao "pagodinho", a música é uma fase relax da vida....."e aos trancos e barrancos, lá vou eu".

Eu já cantei muitas vezes esse trecho, porém uma coisa é certa.....dançar conforme a música nem sempre é a melhor escolha....

Quando os olhos param de brilhar, quando o medo de mudança predomina, quando seus pensamentos seguem a linha do pensamento coletivo e sua frase predileta passa a ser "a voz do povo é a voz de Deus"...pronto....os remos cairam e você entrou no barco que vai pra onde o vento te levar.
Sim, você caiu na zona de conforto e está deixando a vida te levar.

Você pode até pensar que não é tão ruim, afinal, é bom estar livres de grandes frustrações, não é? Quem se arrisca e aposta suas fichas em algo novo pode perder; quem sonha alto pode ter um tombo maior; quem voa alto pode cair..... melhor um pássaro na mão do que dois voando, certo?

Mas quer algo mais frustrante do que manter seus sonhos na gaveta e saber que o plano A é surreal e se conformar em passar a vida nos planos B, C, D? Literalmente deixar a vida te levar?

Abrir os olhos, sair da mente coletiva e voltar a sonhar também fazem as pessoas pararem de correr atrás dos papéis na ventania.
Fazer o que gostamos traz motivação e devolve o brilho nos olhos. Este, por sua vez, nos faz enxergar mais longe! 

Os projetos de 2015 não sairam mesmo do papel? Poxa, já estamos em setembro e agora não daria tempo de realizar também.... bem...2016 será diferente. 
Se, por algum momento, seu pensamento chegou próximo disso, vou deixar uma foto abaixo do livro "Geração de Valor" que é o livro que me inspirou a escrever esse post:

Não seja escravo do tempo mas também não seja prisioneiro das suas próprias escolhas.
Tenha ousadia, corra atrás do que acredita, faça seu trabalho por prazer, acorde com vontade.... 

Termino com a frase de Augusto Branco:

"Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve, e a vida é MUITO para ser insignificante"

Espero que você possa se inspirar essa noite e começar a buscar por tudo aquilo que acredita!

Até a próxima postagem







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Inspiração: Livro Geração de Valor - Compartilhando Inspiração

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

CRTL C + CTRL V NA RPP: DIGA NÃO!

E ai galera? Tudo bem?

Bom pessoal, ia deixar para o fds prolongado para pensar em um post, mas estava lendo os e-mails e um dos e-mails que recebi veio pelo formulário do blog e me chamou a atenção.
Normalmente respondo os e-mail aqui no formato de post do RPP PRA Q Responde, mas esse eu decidi escrever um post específico.
Vou colocar aqui o texto do e-mail, com autorização do autor, obviamente sem o nome e endereço, pois achei interessante o desabafo:


Ao trocar alguns e-mails com o autor, ele me explicou suas principais dificuldades: 
- O relatório tem páginas e páginas de tabelas que preciso copiar e colar;
- Temos dificuldades em receber esses dados;
- Não tem ninguém que conheça de estatística na empresa que possa nos orientar;
- Não gosto de cálculo e acho que não tenho o perfil pois aqui é uma atividade monótona;
- O excel é limitado.



Bom, já vi alguns problemas bem semelhantes e posso dizer que você não é o primeiro a se sentir assim. A primeira coisa que preciso te dizer é que uma vez recebi um conselho.... um conselho de 3 linhas de uma consultora que inclusive é uma grande amiga e frequentadora desse blog, que foi o seguinte: "Mirian, ser especialista em RPP é um grande trunfo, mas em RPP de verdade.... não somente operacional mas a parte estratégica..."
A partir desse momento, ela não precisou me dizer mais nada.... eu aproveitei a oportunidade que eu tinha em mãos..... eu tinha a confiança da minha gestora, a liberdade de ter uma atividade ainda incipiente no Brasil, tinha experiência de outras empresas...então faltava me aprofundar na técnica.
Comecei a estudar..... no início não entendia absolutamente nada também..... eu nunca tive muita facilidade com cálculos, confesso que estatística básica na faculdade era a hora de ir para a cantina tomar café...

Mas tem horas que precisamos aproveitar as oportunidades e mergulhar de cabeça. No início era difícil até mesmo encontrar material ou ajuda...a 3 ou 4 anos atrás quase ninguém sabia o que era Minitab ou RPP.
Mas tudo o que a gente começa a entender vai ficando desafiador e interessante. Cursos, consultorias, experiências novas, networking...tudo o que eu pudesse encontrar para me ajudar estava valendo a pena.
E foi indo dessa forma, com foco e objetivo, que estou hoje aplicando o conselho que recebi e aconselhando outros. A atividade de RPP não é operacional, é técnica. Ctrl C + Ctrl V deve fazer uma parte mínima do seu dia a dia.....só questão de formatação de relatório mesmo.

Vou deixar algumas dicas para tentar melhorar suas dificuldades:

1) O relatório tem páginas e páginas de tabelas que preciso copiar e colar: Talvez se você sentar com a validação, tecnologia farmacêutica (ou desenvolvimento farmacotécnico) e traçar um racional para cada produto (ou forma farmacêutica, dependendo da quantidade de produtos) vocês conseguiriam reduzir a quantidade de tabelas colocando apenas os testes críticos de processo no relatório.
Para os testes em que você faz análise estatística, elimine as tabelas. A análise já está no gráfico. As demais tabelas, coloque como anexo do relatório para não ficar cansativo.

2) Temos dificuldades em receber esses dados: O banco de dados é um dos itens fundamentais do relatório. Se você não tiver consistência ou se tiver atraso nas informações, automaticamente você terá problemas na entrega do relatório.
A solução é sentar com cada pessoa que te envia dados, entender a dificuldade e tentar encontrar um prazo e um fluxo que fique bom para todos. Planilhas compartilhadas, recebimento de dados por e-mail, assistentes para plotar os dados.....tudo depende da disponibilidade da empresa e do comprometimento dos envolvidos.

Digamos que exercer a empatia é fundamental nesse caso. Uma área precisa entender a necessidade da outra para que tudo ocorra conforme planejado no mês.

3) Não tem ninguém que conheça de estatística na empresa que possa nos orientar: Converse com seu gestor, verifique se existe a possibilidade de trazer um consultor na própria empresa que possa minimizar essa dificuldade da equipe. Em alguns posts anteriores eu deixei alguns nomes de consultores e cursos que eu já fiz e gostei e que valeu muito a pena.
Muitas vezes existe sim a necessidade de um especialista no assunto para esclarecer as dúvidas e te ensinar como pensar sobre determinado tema.
Em paralelo, busque conhecimento extra, dedique-se e NÃO DESISTA! No começo, sim, estatística parece hieróglifos (risos), depois você começa a entender e tudo vai ficando mais claro e você vai perceber que não tem tanto segredo.

4) Não gosto de cálculo e acho que não tenho o perfil pois aqui é uma atividade monótona: Mais uma vez, volto no conselho da consultora..... se você permanecer em uma atividade operacional, vai continuar monótono, chato e cansativo. 
Sinceramente, delete o Ctrl C + Ctrl V da sua atividade. Claro que, em alguns momentos de formatação o recurso é necessário, mas não faça do recurso a regra. 
A atividade de Revisão Periódica é uma oportunidade imensa de você se envolver com vários outros departamentos e várias outras atividades. De entender os "Gaps" de processo, de se envolver nas ações de melhorias.
Nós nunca teremos o perfil de algo que não entendemos.
Já assistiu "tempos modernos" com Charles Chaplin? Fazer sempre a mesma coisa, sempre da mesma forma, tudo exatamente igual te leva à loucura.
Traga ideias novas para a atividade, pense fora da caixinha, mude o fluxo, mude a forma de enxergar a atividade em você e nas outras pessoas, mude a forma de passar as informações para o seu gestor, incentive as pessoas a entenderem sobre Revisão Periódica.
Se você se conformar em apenas "apertar parafusos", vai perder a capacidade de enxergar além do papel....vai perder a oportunidade de crescer e vai perder a oportunidade de desenvolver pessoas através do seu conhecimento.


5) O excel é limitado: Sim ele é! Para o tipo de análise estatística que a gente realiza e para a forma de estudo que temos, o ideal é usar outro software.
Eu sou uma usuária feliz do Minitab. Acho um software muito bacana, mas existem outros que fazem a mesma função e são mais baratos ou até mesmo gratuito.
Fiz recentemente um post testando o software Action e desde então passei a cita-lo com frequência no blog. Ele usa o excel, mas apenas como base. Ele desenvolve os gráficos e cálculos automaticamente.
É um bom recurso. É só baixar e acredito que você irá gostar do resultado. 

Espero ter pelo menos ajudado um pouco e ter te motivado a continuar seu caminho pensando melhor sobre a atividade e oportunidade que você tem nas mãos!
Espero também que suas dúvidas e minhas respostas possam ter ajudado outros amigos que acompanham meu blog.

Se aplicar alguma dessas dicas e der certo, volte aqui para me contar! 

Grande abraço a todos e até o próximo post...